sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Gestão do problema da erosão na Costa do sol...

Ao longo da praia da Costa do sol devido a falta de manutenção, as dunas encontram-se em perigo de extinção, visto que a cobertura vegetal permite a coesão da areia e porque também a acção do vento contribui na remoção da areia deste modo quando a precipitação excede o poder de infiltração sobre as dunas, a erosão ocorre dum forma bastante acelerada.
A gestão do problema de recuo da linha de costa  na praia da Costa do sol tem sido feita de maneira espontânea, a partir de intervenções  normalmente após o problema já ter atingido proporções alarmantes. Muitos destes casos de erosão resultam inclusive da ocupação inadequada da zona  de variabilidade natural da linha de costa nas escalas de tempo sazonal e anual. Estas intervenções desordenadas normalmente se dão através de colocação de muros e pedras nas áreas criticamente atingidas, normalmente implicando o dispêndio de somas elevadas e em prejuízo estético considerável da praia.

Fig.1- Na imagem, condutas de drenagem de águas residuais destruidas.

Estas obras de protecção são dispendiosas, e ainda que não constituam uma solução adequada para o problema, são inevitáveis tendo em vista a necessidade de se proteger a Avenida marginal e as construções ribeirinhas. As  obras de estabilização por vezes causam efeitos adversos dentre os quais pode-se citar a eliminação da praia recreativa, no caso de obras de engenharia rígidas. É óbvio que devido a uma questão de continuidade, a estabilização rígida de algum trecho da linha de costa, irá agravar ou originar um problema de erosão naqueles trechos situados em áreas adjacentes.

Como medida de mitigação dos efeitos da erosão na praia da Costa do sol, recomenda-se:

·        O Plantio de ervas com crescimento rápido ao longo da praia, como forma de cobrir a areia da acção dos ventos e para que haja coesão na areia;

·        É necessário planificar as construções costeiras pois elas podem ter efeitos colaterais muito diferentes do desejado, dado que estas construções podem por um lado proteger uma parte da praia, e por outro lado destruir outra parte.

·        Não é aconselhável o uso de pedras para a protecção de praias, pois para alem de ser caro, tira o ambiente natural que as praias de areia proporcionam.

·        O controle da erosão envolve obras de engenharia  caras, que implicam na destruição em muitos casos da praia recreativa, portanto se de um lado preserva a propriedade, de outro elimina um importante recurso natural da zona costeira. Estas intervenções além de caras exigem custos de manutenção muitas vezes elevados que o município de Maputo pode não arcar. Embora o sucesso destas intervenções seja limitado, as mesmas são a única solução depois que a avenida Marginal já se encontrar ameaçada. Estas obras devem ser executadas obedecendo normas e técnicas adequadas.

·        A solução mais adequada seria o disciplinamento do uso do solo, com o estabelecimento de faixas de recuo ("setbacks"). Estas faixas de recuo devem ser estabelecidas para cada trecho da linha de costa, tomando-se como base as taxas de recuo históricas da linha de costa, a incursão máxima de marés meteorológicas  e as previsões futuras de subida do nível relativo do mar.

Fig.2- Na imagem, mural de proteção costeira, uma medida de mitigação ao efeito da erosão ao longo da praia da costa do sol.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fenómeno de degradação da Praia da Costa do sol e Mira-mar...


De  certeza que os meus estimados bloggers tem passado alguns finais de semana na praia da Costa do sol (na Pedra, em frente ao Game, etc.) ou mesmo no Calçadão (praia da Miramar), certamente que tem comtemplado a destruição progressiva destes locais. O Mozancora na sua missão incansável, tentou perceber o fénomeno que tira a beleza destes locais que tanto gostamos. Ora bem, a linha da costa é uma das feições mais dinámicas do sistema oceano-continente, esta variação espácio-temporal é originada por factores tais como correntes, ondas, bem como por factores antropogénicos (obras de engenharia ao longo da costa).

Para melhor percebermos o fenómeno, vamos analisar alguns conceitos, a circulação oceânica é feita atravéz das correntes e estas por sua vez geram as ondas, as ondas ao aproximarem da costa (profundidade reduzida) o seu comprimento de onda (distância entre duas cristas ou dois cavados) diminui e por consequência a altura da onda aumenta de forma progressiva até ao ponto em que ela não pode mais acabando por rebentar gerando espuma nesta zona chamada por zona de rebentamento. 

Já conhecemos a zona de rebentamento. Nesta zona os sedimentos (grãos de areia) são remechidos pela turbulência gerada pela energia dessipada pelas ondas, uma vez que nesta zona actuam também as correntes, estas por sua vez encaregam-se pelo transporte dos sedimentos para áreas adjacentes. Assim se explica de forma sintética a dinámica da linha da costa. Lembrando que quando a linha da costa desloca-se em direcção ao continente, estamos perante um processo erosivo e quando a deslocação é em direcção ao mar, estamos perante um processo de sedimentação.  

Não quero vos cansar, bem porque ja estamos familiarizados com a linguagem do Mozancora, mais confesso que há muito por se falar sobre este assunto contudo mesmo a degradação da nossa costa não se fez em apenas um dia, é um processo progressivo. Na próxima postagem falaremos um pouco mais especificamente do problema da degradação da praia da Costa do sol e da Mira-mar, espero por vossos comentários, Fui.......